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Fraude em postos: vídeo mostra empresário tentando fugir em lancha de luxo

Reprodução/PF

Ao todo, foram expedidos 14 mandados de prisão preventiva, mas apenas seis foram cumpridos até agora

O empresário Rafael Renard Gineste foi preso pela Polícia Federal (PF) em uma cena digna de filme policial. Ele tentou escapar da megaoperação Tank escondendo-se em uma lancha de luxo ancorada em Bombinhas, no litoral de Santa Catarina. O vídeo da abordagem mostra o momento em que agentes federais surpreendem Gineste a bordo da embarcação, frustrando sua tentativa de fuga.

A prisão ocorreu na última quinta-feira (28/8), durante a ação que mirou uma das maiores redes de lavagem de dinheiro já identificadas no país, com ramificações em vários estados.

Ao todo, foram expedidos 14 mandados de prisão preventiva, mas apenas seis foram cumpridos até agora, entre eles o de Gineste, sócio-administrador da F2 Holding Investimentos, apontado como peça-chave da engrenagem financeira que sustentava o esquema.

Engrenagem bilionária
Segundo a PF, o grupo criminoso lavou pelo menos R$ 600 milhões e movimentou mais de R$ 23 bilhões desde 2019. Para isso, usava uma rede que envolvia postos de combustíveis, distribuidoras, holdings, empresas de cobrança e até instituições de pagamento autorizadas pelo Banco Central.

As táticas incluíam depósitos fracionados em espécie (somando mais de R$ 594 milhões); uso de “laranjas” e transações cruzadas; fraudes contábeis e simulação de aquisição de bens e serviços; e adulteração de combustíveis e a chamada “bomba baixa”, em que o consumidor paga por um volume maior de gasolina do que realmente recebe.

Além de Gineste, também foram presos João Chaves Melchior (ex-policial civil), Ítalo Belon Neto, Rafael Bronzatti Belon, Gerson Lemes e Thiago Augusto de Carvalho Ramos. Outros oito investigados continuam foragidos, incluindo Mohamad Hussein Mourad (“Primo” ou “Jumbo”), apontado como “epicentro” da fraude, e Roberto Augusto Leme da Silva, o “Beto Louco”, considerado co-líder.

No balanço, a Justiça determinou o bloqueio de bens e valores de 41 pessoas físicas e 255 jurídicas, totalizando mais de R$ 1 bilhão em constrição patrimonial.

Velho conhecido da Justiça

Conforme a coluna noticiou, o nome de Rafael Gineste não é novo para os investigadores. Em 2016, ele foi um dos 42 condenados na primeira fase da Operação Publicano, que desvendou um esquema de corrupção dentro da Receita Estadual do Paraná, baseado no pagamento de propinas a auditores fiscais para reduzir impostos devidos.

Na época, Gineste foi condenado a quatro anos e oito meses de prisão por corrupção ativa. O caso ficou marcado pela grandiosidade: segundo a Justiça, a rede desviou cerca de R$ 1,79 bilhão em impostos, juros e multas, em um dos maiores escândalos tributários da história do Paraná.

Fonte: Metrópoles

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